sexta-feira, 10 de abril de 2009

Minha música

Estou sentindo uma transição nos meus gostos musicais, de novo.
Já tem um tempo que estou achando as coisas mais "comuns" muito fúteis e diretas.
Lembro que estava ouvindo Franz Ferdinand, não lembro qual música. Fiquei aborrecido com a estrutura riff guitarra+batida, seguida por uma letra que tanto faz pro contexto musical e não diz nada de mais... solos, pra que? Então a música acaba do mesmo jeito que começou, não tem êxtase, não tem auge, é só uma festa divertida.

Não que esteja dizendo que tudo tem que ter um significado e grande conteúdo. Eu sei que certas coisas são só for fun. Mas é a coisa mais comum do mundo você construir um repertório de bandas favoritas, onde todas são desse jeitos. Podem ser boas bandas, mas cada uma não vai ter mais do que duas músicas realmente expressivas, com conteúdo... que "conte" algo.

Isso começou da minha pesuqisa pro impresisonismo, quando cruzei com a noção de "musica impressionista", pra escutar Ravel e Debussy. Eu já gostava de música clássica, mas mais por questões de técnicas e pela sonoridade de uma orquestra, mas com as musicas destes compositores percebi uma noção de narrativa através da música instrumental que nunca tinha percebido.
Pode parecer cafona, mas eu juro que em uma do Ravel eu consegui enxergar claramente um campo de trigo, passeando por ele de madrugada, e em um momento específico, no auge da música, vi o nascer do sol nele, as cores mudando, tudo.
Isso me abriu uma percepção musical que nunca tinha captado com nenhum Oasis, Helloween, Beatles ou qualquer uma das minhas bandas preferidas. Não que eu não goste mais delas, mas talvez eu não consiga mais me inspirar tão facilmente com elas.

Daí então entrou o estudo dos musicais. A sensação do instrumental impressionista passar uma idéia foi completado com o típico dos musicais, as letras representando histórias e diálogos, com começo, meio e fim. Daí então cagou de vez a graça das músicas "normais", onde no máximo são poemas sentimentais ou reflexões vagas.
É muito comum estranhar os musicais, com os personagens cantando os diálogos, e é fácil ficar uma coisa panaca.
Mas agora eu estou quase cantando o que eu digo. Existe uma... magia nisso. Têm até me mudado o jeito de perceber a vida.
Obviamente não vou começar a cantar por aí, mas alguma coisa mudou pra bem nisso.

Logo devo ter a idéia do musical do meu tcc estruturada, e aí começo a compor. É bem a situação que vai definir como isso vai ficar, porque se eu falhar ou produzir alguma porcaria, eu devo esquecer essas idéias haha.
Mas me sinto inspirado.

Em um semi parêntesis, assisti Chicago ontem. Tinha preconceito com ele, me parecia meio fútil demais um musical estruturado em jazz. E de fato é, a graça é essa.
Sempre gostei dos musicais que assiti, mas admito que em maior parte são um pouco cansativos, mas Chicago não me cansou em nenhum momento, é excelente.

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